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Estratégias de ensino/aprendizagem da competência ortográfica centradas em aspectos que integrem esta competência com outros domínios da língua
O processo de escrita é complexo, para tal é necessário adotar estratégias para o tornar mais fácil.
Barbeiro refere que “As estratégias geralmente consideradas no ensino da ortografia podem ligar-se predominantemente a uma orientação corretiva ou a uma orientação preventiva”.

Orientação corretiva
- método dedutivo (apresentação das regras ortográficas com objetivo de memorização);
- ditado clássico (atividade comum com objetivo de verificação de conhecimentos ortográficos);
- textos lacunares;

Orientação preventiva
– método indutivo (o aluno é que constrói a regra ortográfica ao observar a estrutura idêntico de um conjunto de palavras)
- visualização da palavra;
- reforço auditivo;
- conteúdo semântico;
- indução da regra ortográfica;
- cópia de palavras;
- exercícios de reforço.


Estratégias que combinam as duas vertentes:
Estratégias integradoras (baseadas na criação de textos);
Estratégias metalinguísticas (baseia-se na descoberta de critérios linguísticos. Ao professor/reeducador cabe proporcionar as possibilidades para essa descoberta e construção do próprio conhecimento.);
Estas duas vertentes têm de ser articuladas.

Sugestões de atividades centradas em aspectos que integrem esta competência com outros domínios da língua
Atividades que atuam ao nível das unidades linguísticas como palavras, sílabas e fonemas.
Atividades de atuação na vertente metalinguística:
- suprimir palavras em canções;
- reconstituir a ordem das palavras numa pequena «frase»;
- nomear palavras que se iniciem com a mesma sílaba;
- detestar o intruso, indicando qual das palavras não começa por determinada sílaba;
- agrupar cartões com figuras cujos nomes rimem;
- eliminar o intruso num conjunto de cartões cujos nomes rimam, excepto um;
- em relação à sequência de palavras que vão sendo ditas pelo professor, dizer se rimam ou não com outra indicada como chave;
- falar à robô, segmentando sílabas num discurso cadenciado, pronunciando sílaba a sílaba;
- tendo em conta o som pelo qual a palavra começa, dizer qual a caixa em que deverá ser colocada a palavra;
- constituir conjuntos de palavras, tendo em conta características ortográficas;
- indicar se, numa dada palavra, é pronunciado ou não determinado fonema;
- suprimir, substituir, mudar de posição entre os fonemas (esta actividade pode ser ligada à leitura e à escrita, por meio da manipulação das próprias letras);
- preencher espaços deixados em branco numa palavra, recorrendo a uma regra contextual;
- rever o texto escrito, efetuando as correções que conseguir, discutindo-as com o professor/reeducador e procedendo ao levantamento de todas as palavras relativamente às quais tem dúvidas;
- rever o texto de um colega;
- confrontar com o corretor ortográfico;
- elaborar uma lista de incorreções que tendem a surgir nos seus textos;
- escolher entre as palavras de um texto as que consideram mais difíceis, quanto à ortografia.

Atividades que têm dois pontos de partida:
i) as palavras mobilizadas numa vertente metalinguística;
ii) motivações que desencadeiem a reutilização dessas palavras.

Atividades de atuação na vertente integradora:
• em articulação com atividades de vertente metalinguística – produção de textos criativos, a partir de palavras encontradas e que partilham algumas características.
• motivações que desencadeiem a reutilização das palavras que emergiram na vertente metalinguística – partindo de indutores exteriores às palavras em si, para chegar à construção do texto.

Atividades “inspiradas em exercícios tradicionais, reinventados com intenção de propiciar a focalização de questões ortográficas e a consequente reflexão dos alunos sobre elas”:
• Ditado interativo - ditar à turma um texto, em que os alunos são convidados a discutir certas questões ortográficas previamente selecionadas ou levantadas durante a atividade. O texto deverá ser conhecido dos alunos. Durante o ditado, o professor pergunta se consideram alguma palavra “difícil”, examinando-se por que se constitui uma dificuldade, ou selecciona ele próprio palavras que constituam dificuldades ortográficas.
• Releitura com focalização - durante a releitura coletiva de um texto já conhecido, o professor faz interrupções para debater a grafia de certas palavras, a partir de perguntas.
• Reescrita com transgressão ou correção - Geralmente quando se reescreve um texto, a nossa intenção é aprimorá-lo e, no que concerne à ortografia, corrigi-lo. Esta é mais uma forma de utilizar o erro como uma tomada de consciência, utilizando uma via dupla do “certo” ao “errado” e do “errado” ao “certo”.