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Mensagem  Admin Qua Nov 07, 2012 3:59 pm

De seguida, todos os participantes deverão confrontar a informação que reuniram sobre o tópico em análise com a que é referida por autores relevantes neste domínio.
Para isso, cada elemento do grupo deverá abrir o documento que se encontra anexado a este tópico.
Após a leitura individual, cada participante deste grupo deverá comentar a sua leitura com os restantes colegas.

(Quando terminar, siga para o Tópico 16)
Anexos
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Tópico 15 – Clique para avançar Empty Indo de encontro ao que referi no tópico anterior...

Mensagem  Convidado Ter Nov 25, 2014 4:41 pm

Segundo vários autores...

i) O lugar da ortografia no processo de escrita

A competência ortográfica pode actuar de forma automática no decurso do processo de escrita, fruto de uma aprendizagem consistente logo no 1º Ciclo do Ensino Básico.
De facto, quando o aluno atinge um nível de automatização elevado, utiliza a competência ortográfica de forma a não ter de parar para pensar na forma como se escreve cada palavra utilizada.

Contudo, embora se espere que a forma escrita corresponda à forma ortográfica correcta, é possível que tal não aconteça.

Apontam-se algumas justificações:
i) o aluno desconhece a forma correcta da palavra,
ii) ou a sua execução não corresponde ao conhecimento já adquirido (por exemplo, quando se trocam letras ao escrever num teclado) e aí é possível detectar a falha, quer na revisão que acompanha o processo de escrita, quer na revisão final.

A competência ortográfica actua também em situações em que é necessário reflectir (Morais, 2002): por exemplo, na tomada de decisão sobre a grafia de uma palavra que suscita dúvidas.
Assim, a competência ortográfica actua, quer através da reparação de falhas, quer através da tomada de decisão (Barbeiro, 2007), em articulação com outras competências.

ii) Princípios essenciais a ter em conta na aprendizagem da ortografia antes da escolarização e na escolarização.

As crianças desenvolvem concepções sobre a escrita, mesmo antes de iniciar a sua aprendizagem.
Assim, muitas crianças iniciam a escolaridade sabendo já
i) distinguir um desenho de um texto escrito;
ii) relacionar a função comunicativa da escrita com um determinado contexto;
iii) aplicar princípios específicos da expressão escrita, como a separação das palavras por meio de um espaço

Há que considerar três níveis (Barbeiro, 2007, pp. 94-98), organizados hierarquicamente:

- Nível de representação gráfica
Baseia-se no princípio da presença do sinal: para a representação gráfica são mobilizados sinais gráficos, cuja presença passa a representar algo, diferente da respectiva ausência. A exigência da presença de um sinal torna-se manifesta em qualquer representação gráfica. Quando se responde que uma folha de papel em branco representa um vaca a pastar que entretanto se foi embora, o que falha é precisamente essa presença (para se tornar significativa, a ausência tem de contrastar com uma presença). Perante essa exigência, para efectuar uma representação gráfica, o sujeito deverá ter a capacidade de inscrição de um sinal gráfico num determinado suporte. Como é óbvio, a capacidade de atribuição de significado a esse sinal também deverá estar presente. A escrita pré-silábica, isto é, as concepções iniciais da criança em relação à escrita, baseiam-se em grande parte neste nível.

- Nível de transição
Representa as unidades da linguagem oral e, portanto, associa-se ao princípio da sequencialidade: as unidades de escrita deverão apresentar-se segundo a sequência correspondente à linearidade temporal da linguagem oral.

- Nível ortográfico
Responde às exigências dos anteriores. A competência ortográfica poderá assentar no domínio das relações entre fonemas e grafemas, tendo por base critérios:
i) Fonológicos – relativos aos contextos em que as palavras surgem; por exemplo, embora an- (de andam) e am- (de ambiente) tenham a mesma realização fonética ([ã]), eles representam-se graficamente com combinações diferentes;
ii) Morfológicos – por exemplo falou/andou/amou para os verbos terminados em –ar;
iii) Lexicais – ligados à necessidade de associar a determinada palavra o conhecimento da forma como esta se escreve, dada a particularidade da sua representação gráfica (por exemplo casa e não *caza).



iii) O papel do erro na aprendizagem e desenvolvimento da competência ortográfica

Como vimos no ponto anterior, para que o aluno possa atingir o domínio do sistema ortográfico, terá de desenvolver competências ligadas a uma diversidade de princípios e critérios. A aprendizagem desses princípios e critérios obriga a uma reformulação permanente do já sabido, que permite o acesso ao por saber.
Para Barbeiro (2007, p. 111).
O desenvolvimento segundo determinado percurso vai proporcionar a reorganização dos conhecimentos, de forma a articular as competências anteriores com a conquista de novas competências.

O erro ortográfico pode constituir uma pista que ajude o professor a adoptar estratégias que permitam desenvolver a competência ortográfica, a partir do que o aluno já aprendeu, perspectivando eventuais lacunas na sua aprendizagem (Amor, 2004; CDDP, 1993; Jaffré, 1989). É importante não excluir a criança, mas envolvê-la neste processo.

Apoiando-nos em Barbeiro (2007, pp. 109-110), consideramos os seguintes tipos de erros mais comuns na ortografia do português:
i) “Incorrecções por falhas de transcrição, devidas ao processamento (segmentação, identificação e ordenação) dos fonemas ou à utilização de grafemas que não representam o som em causa (ex,: *voram por foram);
ii) Incorrecções por transcrição da oralidade, ou seja, incorrecções correspondentes à transcrição de formas ligadas a variedades e registos que diferem da forma apresentada na norma ortográfica (ex.: *pescina por piscina);
iii) Incorrecções por inobservância de regras ortográficas de base fonológica: a) contextuais (ex.: *omde por onde); b) ou relativas à pontuação acentual, tónica vs. átona (ex.: *moito por muito – em posição tónica o fonema /u/ não é representado por “o”);
iv) Incorrecções por inobservância de regras de base morfológica – representação dos morfemas (ex.: *fomus por fomos);
v) Incorrecções quanto à forma ortográfica específica das palavras, a qual não é predizível por regras – critério lexical (ex.: *sidade por cidade);
vi) Incorrecções de acentuação (exs.: *agua por água, *á por à);
vii) Incorrecções na utilização de minúsculas e maiúsculas: a) ligadas ao critério do referente, ou seja, à representação dos nomes comuns/próprios (ex.: *lis por Lis); b) ligados à organização das frases no texto (ex.: *os amigos… no início do período);
viii) Incorrecções por inobservância da unidade gráfica da palavra: a) junção de palavras (ex.: *seirem por se irem); b) separação de elementos de uma palavra (ex.: *de pois por depois); c) utilização de hífen (ex.: *fim de semana por fim-de-semana [com o novo Acordo este exemplo não é pertinente, mas podemos substituí-lo por *anti-social (grafia pré-acordo) por antissocial (grafia pós-acordo)];
ix) Incorrecções de translineação (ex.: *turi-/stas por turis-/tas)”.

Como se percebe, o autor considerou os erros de acentuação numa categoria individual. Conforme ele próprio avança, esta opção deve-se ao facto de este subsistema conjugar vários critérios relacionados com a posição do acento e de natureza contextual, morfológica e lexical. Outra razão prende-se com a visibilidade destas incorrecções por si próprias, enquanto falhas de acentuação. Esta visibilidade pode, obviamente, ser aproveitada para o trabalho de recuperação, em relação com os critérios nos quais se baseia.
Alguns autores (Amor, 2004; Barbeiro, 2007; CDDP, 1993; Jaffré, 1989; Morais, 2002) defendem a importância em identificar uma tipologia de erros ortográficos nos alunos no sentido de
i) identificar as suas dificuldades,
ii) registar a frequência desses erros,
iii) compreender que os erros têm origens/causas distintas (por exemplo a pronúncia da palavra numa determinada região, etc.),
iv) classificar os erros,
v) fornecer aos alunos uma informação precisa sobre o seu desempenho e um instrumento de análise das suas próprias produções ou de outros,
vi) encontrar estratégias didácticas específicas para superar as dificuldades detectadas e
vii) melhorar o desempenho ortográfico.
viii)
A partir daqui será mais fácil procurar-se uma solução, planificando e procedendo a uma avaliação formativa, na condição de que esta não seja utilizada para sancionar.
Se eles próprios detectarem os seus erros e procurarem compreendê-los, terão mais facilidade em encontrar estratégias para ultrapassar as suas dificuldades, as suas lacunas, o que contribui para uma construção autónoma do seu conhecimento.
Num tal quadro, o professor posiciona-se mais como um facilitador ao serviço da aprendizagem dos alunos. Estes aprendem por eles próprios, sob a orientação do professor.

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Mensagem  Convidado Ter Nov 25, 2014 10:18 pm

Quando o aluno atinge um nível de automatização elevado, utiliza a competência ortográfica de forma a não ter de parar para pensar na forma como se escreve cada palavra utilizada. Contudo, embora se espere que a forma escrita corresponda à forma ortográfica correta, é possível que tal não aconteça.
Apontam-se algumas justificações: i) o aluno desconhece a forma correta da palavra, ii) a sua execução não corresponde ao conhecimento já adquirido.
A ortografia é um sistema composto por múltiplos sistemas (Jaffré, 1989) que se articulam e que estabelecem conexões com outros sistemas da língua. Eles não sobrevivem isoladamente.

Princípios essenciais a ter em conta na aprendizagem da ortografia
As crianças desenvolvem conceções sobre a escrita, mesmo antes de iniciar a sua aprendizagem. Muitas crianças iniciam a escolaridade sabendo:
i) distinguir um desenho de um texto escrito; ii) relacionar a função comunicativa da escrita com um determinado contexto; iii) aplicar princípios específicos da expressão escrita, como a separação das palavras por meio de um espaço (Barbeiro, 2007; Teberosky, 2001).

Porém, antes da escolarização, a criança poderá atingir o nível de representação de segmentos fónicos. Esta representação pode basear-se em elementos da sílaba que se encontram no nome das letras ou que correspondem às letras do nome da criança, designadamente à primeira (Barbeiro, 2007).
Contudo, este passo não é generalizável e confronta-se com alguns obstáculos associados à dificuldade de tomada de consciência do fonema.
Esta unidade é abstracta e extremamente complexa, pois o mesmo grafema pode ter diferentes realizações.

A tomada de consciência da existência de fonemas é extremamente difícil.
É importante perceber a forma como a criança se apropria do sistema ortográfico e desenvolver estratégias que lhe permitam pensar por si mesma, construindo o seu próprio conhecimento.

Para isso há que considerar três níveis (Barbeiro, 2007, pp. 94-98), organizados hierarquicamente:
- Nível de representação gráfica: Mobilizados sinais gráficos. A escrita pré-silábica, isto é, as concepções iniciais da criança em relação à escrita, baseiam-se em grande parte neste nível.

- Nível de transição: Unidades da linguagem oral.

- Nível ortográfico: Domínio das relações entre fonemas e grafemas, tendo por base critérios:
i) Fonológicos –contextos em que as palavras surgem.
ii) Morfológicos –falou/andou/amou para
iii) Lexicais – necessidade de associar a determinada palavra o conhecimento da forma como esta se escreve, (por exemplo casa e não *caza).


O papel do erro na aprendizagem e desenvolvimento da competência ortográfica

O erro ortográfico pode constituir uma pista que ajude o professor a adoptar estratégias que permitam desenvolver a competência ortográfica, a partir do que o aluno já aprendeu. É importante não excluir a criança, mas envolvê-la neste processo.

Apoiando-nos em Barbeiro (2007, pp. 109-110), consideramos os seguintes tipos de erros mais comuns na ortografia do português:
i) “Incorrecções por falhas de transcrição dos fonemas ou à utilização de grafemas que não representam o som em causa (ex,: *voram por foram);
ii) Incorrecções por transcrição da oralidade. (ex.: *pescina por piscina);
iii) Incorrecções por inobservância de regras ortográficas de base fonológica
iv) Incorrecções por inobservância de regras de base morfológica (ex.: *fomus por fomos);
v) Incorrecções quanto à forma ortográfica específica das palavras, (ex.: *sidade por cidade);
vi) Incorreções de acentuação (ex.: *agua por água, *á por à);
vii) Incorrecções na utilização de minúsculas e maiúsculas.
viii) Incorreções por inobservância da unidade gráfica da palavra:
ix) Incorreções de translineação (ex.: *turi-/stas por turis-/tas)”.



Alguns autores (Amor, 2004; Barbeiro, 2007; CDDP, 1993; Jaffré, 1989; Morais, 2002) defendem a importância em identificar uma tipologia de erros ortográficos nos alunos no sentido de i) identificar as suas dificuldades, ii) registar a frequência desses erros, iii) compreender que os erros têm origens/causas distintas (por exemplo a pronúncia da palavra numa determinada região, etc.), iv) classificar os erros, v) fornecer aos alunos uma informação precisa sobre o seu desempenho e um instrumento de análise das suas próprias produções ou de outros, vi) encontrar estratégias didácticas específicas para superar as dificuldades detetadas e vii) melhorar o desempenho ortográfico.

Se eles próprios detetarem os seus erros e procurarem compreendê-los, terão mais facilidade em encontrar estratégias para ultrapassar as suas dificuldades

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Tópico 15 – Clique para avançar Empty Mariana Pinho

Mensagem  Convidado Qua Nov 26, 2014 12:17 am

i) O lugar da ortografia no processo de escrita
A ortografia pode ser automática no processo de escrita durante o 1º Ciclo do Ensino Básico, até mesmo chegar ao ponto de não parar de pensar para escrever as palavras. No entanto, a forma escrita, por vezes, não corresponde à forma ortográfica correta. Os autores apontam algumas razões: “i) o aluno desconhece a forma correcta da palavra, ii) ou a sua execução não corresponde ao conhecimento já adquirido (por exemplo, quando se trocam letras ao escrever num teclado) e aí é possível detectar a falha, quer na revisão que acompanha o processo de escrita, quer na revisão final.”
De acordo com Barbeiro, a competência ortográfica atua na reparação de falhas e na tomada de decisão em articulação com outras competências. Desta forma defende-se que “a caracterização [da competência ortográfica] é feita tendo por base a actuação no processo de escrita, com toda a sua complexidade (em situação real) e não por meio de um teste incidindo especificamente sobre o conhecimento ortográfico de forma isolada” (Barbeiro, 2007, p. 124).
A ortografia é composta por diversos sistemas que se articulam, estabelecendo ligações com outros sistemas da língua. Como não se trabalham isoladamente, a ortografia pode ser constituída por atividades como o ditado, em que podem ser detetadas falhas ortográficas, com o objetivo de explorar a riqueza de qualquer texto.

ii) Princípios essenciais a ter em conta na aprendizagem da ortografia
a. antes da escolarização
b. na escolarização

Todas as crianças podem desenvolver noções sobre a escrita antes de iniciarem a aprendizagem. Deste modo, começam por saber “i) distinguir um desenho de um texto escrito; ii) relacionar a função comunicativa da escrita com um determinado contexto; iii) aplicar princípios específicos da expressão escrita, como a separação das palavras por meio de um espaço (Barbeiro, 2007; Teberosky, 2001).”.


Após estas etapas e quando a criança é capaz de reconhecer a relação entre a sequência de palavras que escreve e a oralidade, está dado um grande “salto” na aprendizagem. Depois segue-se a fase hipótese silábica (Teberosky, 2001), onde acontece a identificação das sílabas numa palavra. Ainda é possível que a criança identifique elementos da sílaba, no nome das letras do seu nome, por exemplo. Contudo, essas unidades (letras) são complexas, pois o mesmo grafema pode ter diferentes concretizações, que dependem da combinação com outros sons e da forma como é pronunciado pelo indivíduo. Isto só é entendido pela criança aquando da aprendizagem da leitura e da escrita.
Assim sendo existem três níveis de competências, organizadas hierarquicamente, a ter em conta na avaliação do aluno: nível de representação gráfica, nível de transição e nível ortográfico.


iii) O papel do erro na aprendizagem e desenvolvimento da competência ortográfica

O erro ortográfico constitui uma pista que ajuda o professor a adotar estratégias para desenvolver a competência ortográfica, tendo em conta o que o aluno já aprendeu e não podendo, de qualquer modo, exclui-la.
Para Barbeiro, os erros mais comuns na ortografia do português são:
i) “ “Incorreções por falhas de transcrição, devidas ao processamento dos fonemas ou à utilização de grafemas que não representam o som em causa
ii) Incorreções por transcrição da oralidade, ou seja, incorrecções correspondentes à transcrição de formas ligadas a variedades e registos que diferem da forma apresentada na norma ortográfica
iii) Incorreções por inobservância de regras ortográficas de base fonológica: a) contextuais; b) ou relativas à pontuação acentual, tónica vs. átona
iv) Incorreções por inobservância de regras de base morfológica – representação dos morfemas
v) Incorreções quanto à forma ortográfica específica das palavras, a qual não é predizível por regras – critério lexical
vi) Incorreções de acentuação
vii) Incorreções na utilização de minúsculas e maiúsculas: a) ligadas ao critério do referente, ou seja, à representação dos nomes comuns/próprios; b) ligados à organização das frases no texto
viii) Incorreções por inobservância da unidade gráfica da palavra: a) junção de palavras; b) separação de elementos de uma palavra; c) utilização de hífen
ix) Incorreções de translineação.”

Os erros de acentuação têm especial destaque uma vez que reúne vários critérios relacionados com a posição do acento e com a origem contextual, morfológica e lexical.
Vários autores defendem que é importante identificar uma tipologia de erros com a inteção de: “i) identificar as suas dificuldades, ii) registar a frequência desses erros, iii) compreender que os erros têm origens/causas, iv) classificar os erros, v) fornecer aos alunos uma informação precisa sobre o seu desempenho e um instrumento de análise das suas próprias produções ou de outros, vi) encontrar estratégias didácticas específicas para superar as dificuldades detetadas e vii) melhorar o desempenho ortográfico.”.
Com a tipologia definida será mais fácil conseguir uma solução, como por exemplo, os alunos podem classificar os erros nos diferentes “tipos”, sendo mais fácil identificar a origem da falha, compreendê-los e procurar estratégias para colmatar essas dificuldades.

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Tópico 15 – Clique para avançar Empty Marta Costa

Mensagem  Convidado Ter Dez 02, 2014 2:02 pm

O aluno emprega a competência ortográfica de forma automática, isto é, para escrever não tem de parar pensar na forma como se escreve cada palavra utilizada. Esta automatização é resultado de uma aprendizagem sólida no 1º Ciclo do Ensino Básico.
É esperado que a forma escrita corresponda à forma ortográfica correta, porém pode não ocorrer devido a:
i) o aluno desconhece a forma correta da palavra;
ii) ou não executa consoante o conhecimento já adquirido (por exemplo, quando se trocam letras ao escrever num teclado) e aí é possível detetar a falha.
A competência ortográfica atua por exemplo, na grafia de uma palavra que provoca dúvida.
Barbeiro defende que “a caracterização [da competência ortográfica] é feita tendo por base a actuação no processo de escrita, com toda a sua complexidade (em situação real) e não por meio de um teste incidindo especificamente sobre o conhecimento ortográfico de forma isolada”.
Jaffré refere que “a ortografia é um sistema composto por múltiplos sistemas” que se relacionam e que estabelecem conexões com outros sistemas da língua, não sobrevivendo isoladamente. Assim, o conhecimento construído em didática da ortografia considera que o ditado prende-se mais com a deteção de falhas ortográficas do que com o desenvolvimento da competência ortográfica.

ii) Princípios essenciais a ter em conta na aprendizagem da ortografia
a. antes da escolarização
b. na escolarização


As crianças antes de iniciar a aprendizagem da escrita, já a compreendem. Desta forma, existem crianças que no início da escolaridade já sabem:
i) distinguir um desenho de um texto escrito;
ii) relacionar a função comunicativa da escrita com um determinado contexto;
iii) aplicar princípios específicos da expressão escrita (como a separação das palavras por meio de um espaço)
A criança atinge um nível bastante importante na sua aprendizagem quando descobre que existe uma relação entre a sequência de palavras escritas e a linguagem oral.
Posteriormente, a criança entrará numa fase designada por hipótese silábica, que se baseia na identificação das sílabas numa palavra. Contudo, antes da escolarização, poderá ir além da identificação e atingir o nível de representação de segmentos fónicos, que compreende os elementos da sílaba.
Algumas progridem as suas tentativas de escrita com fonetização para uma escrita predominantemente alfabética, que se apoia na representação de segmentos que corresponde a fonemas específicos.
Esta unidade é abstrata e bastante complexa, porque um mesmo grafema pode ter diferentes realizações, que derivam da combinação com outros sons, do individuo que o pronuncia e da situação de comunicação.
A consciencialização da existência de fonemas é muito difícil e é associada à aprendizagem da leitura e da escrita. Barbeiro refere que “Os contactos com as formas ortográficas e a construção de conhecimento explícito neste domínio são facultados por essa aprendizagem. Para além disso, os métodos adotados para proporcionar a aprendizagem também têm reflexos no percurso de construção do conhecimento ortográfico”.
Jaffré defende que “É importante perceber a forma como a criança se apropria do sistema ortográfico e desenvolver estratégias que lhe permitam pensar por si mesma, construindo o seu próprio conhecimento. O aluno desenvolve mais facilmente a sua competência se for movido pela curiosidade e pela descoberta. Não se trata de fazer da criança um repositório de normas e regras ortográficas” e que é “necessário privilegiar os conhecimentos significativos do aluno, capazes de desenvolver um verdadeiro sistema de vigilância ortográfica, que lhe permite ser advertido quando a grafia de uma palavra parece afastar-se da regra”.
Desta forma, o professor deverá consciencializar-se do seu papel na representação escrita e proceder à avaliação para, assim, verificar essas competências.
Para tal, deve considerar-se três níveis:
1. Nível de representação gráfica - princípio da presença do sinal;
2. Nível de transição - ao princípio da sequencialidade;
3. Nível ortográfico - domínio das relações entre fonemas e grafemas segundo critérios fonológicos, morfológicos e lexicais.

iv) O papel do erro na aprendizagem e desenvolvimento da competência ortográfica

A aprendizagem dos princípios e critérios, mencionados anteriormente, necessita de uma constante reformulação do já sabido, permitindo o acesso ao por saber.
O erro ortográfico ajuda o professor a aperceber-se que deve adotar estratégias que possibilitem aumentar a competência ortográfica.
Barbeiro nomeia os tipos de erros mais comuns na ortografia do português, tais como:
i) Incorreções por falhas de transcrição;
ii) Incorreções por transcrição da oralidade;
iii) Incorreções por inobservância de regras ortográficas de base fonológica;
iv) Incorreções por inobservância de regras de base morfológica;
v) Incorreções quanto à forma ortográfica específica das palavras
vi) Incorreções de acentuação;
vii) Incorreções na utilização de minúsculas e maiúsculas;
viii) Incorreções por inobservância da unidade gráfica da palavra: a) junção de palavras ; b) separação de elementos de uma palavra; c) utilização de hífen;
ix) Incorreções de translineação.
É importante identificar a tipologia de erros ortográficos nos alunos com o objetivo de:
i) Identificar as suas dificuldades;
ii) Registar a frequência desses erros;
iii) Compreender que os erros têm origens/causas distintas;
iv) Classificar os erros;
v) Fornecer aos alunos uma informação precisa sobre o seu desempenho;
vi) Encontrar estratégias didáticas específicas para superar as dificuldades detetadas;
vii) Melhorar o desempenho ortográfico.
É importante envolver os alunos neste processo.

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